Nunca houve na história da humanidade um período em que se pregou, praticou e se incentivou tanto a prática da liberdade total, como o momento atual. Quase como uma forma de culto, a liberdade transformou-se em um modelo ideal que todos devem, sem limites, seguir e praticar.
Os mais diversos segmentos da sociedade moderna empunham a bandeira da liberdade total como se esta opção fosse o melhor dos mundos e o caminho ideal para todas as interações humanas.
Logicamente que a liberdade é uma coisa boa e o cerceamento, seja ele qual for sempre será visto com maus olhos, mas vamos pensar um pouco e analisar de que forma e quais as implicações que a liberdade traz ao homem nestes tempos modernos.
Na economia a palavra de ordem é o livre mercado, com a interferência mínima ou nula do governo. Logo após a grande depressão de 1929, o sistema econômico para o mundo passou a ser a liberdade total dos negócios, fronteiras caíram e a globalização mundial começou a ditar as regras onde o próprio mercado se ajustaria, diziam eles. No entanto o que estamos vendo nestes últimos dias é um sistema financeiro “livre” em colapso, onde homens amantes de si mesmos (I Tm 3:2) ultrapassaram os limites da liberdade. A Bíblia diz que a benção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores (Pv 10:22).
As relações humanas de um modo geral também estão sofrendo uma forte influência desta liberdade que sob o manto da “liberdade de expressão”, alguns poucos pensam que podem tudo, a qualquer momento e de qualquer forma. Um episódio que ilustra bem esta prática foi o recente seqüestro da garota Eloá, onde pessoas da mídia sem qualquer bom senso entrevistaram o seqüestrador em pleno seqüestro, não avaliando mais nada a não ser a dita audiência. A Constituição Federal nos concede o direito à liberdade e somos livres para expressarmos nossas idéias e opiniões, mas não podemos nos esquecer que esta mesma liberdade exige responsabilidade de nossa parte.
A família também acabou entrando nesta onda de liberdade e os “psicólogos” de plantão levaram os pais a não irem contra a liberdade de seus filhos, criando as crianças como se elas não pudessem ser contrariadas. O resultado desta forma de relacionamento com os filhos gerou uma geração que não aceita limites e acredita que pode tudo, geração que é individualista e que não aceita correção.
A Bíblia, porém, diz que a criança precisa de correção (Pv 23:13,14; 29:17) e que é na infância que os pais plantam as bases para o futuro de seus filhos (Pv 22:6).
Por fim, a igreja vem sendo bombardeada por esta prática “moderna” chamada liberdade. Ensinamentos através de pregações e principalmente pela música têm desvirtuado os crentes do verdadeiro culto, que é a adoração á Deus. Sermões onde o tema central não é mais a cruz de Cristo, mas a prosperidade irrestrita, onde tratam Deus como se fosse o “gênio da lâmpada” sempre pronto a atender ao pedido de quem somente quer a benção e não o abençoador. Letras de hinos compostas por pessoas sem o mínimo compromisso com Deus, com a sua Palavra e com a sua igreja, visando somente o grande mercado evangélico. Tudo isto sob o pretexto da liberdade, alegando que o homem é livre para buscar a sua felicidade e conseqüentemente adorar a Deus de qualquer forma.
Esta liberdade está fazendo com que o povo de Deus perca a sua identidade e cada vez mais se pareça com o mundo, mas o apóstolo Paulo adverte que não devemos nos conformar com este mundo (Rm 12:2) e que todas as coisas nos são licitas, mas nem todas as coisas convêm e nem todas edificam (I Co 10:23).
A liberdade de Jesus é aquela que transforma o homem, que faz com que Ele cresça e eu diminua (Jo 3:30), que faz com que conheçamos a verdade (Jo 8:32) e esta verdade não é outra, senão o próprio Deus (Dt 23:4; Jo 14:6).
Não removamos os limites antigos (Pv 23:10), entenda-se PALAVRA DE DEUS, por que andando por eles terás a vida eterna, fora deles a condenação eterna.
Maranata!
26 de outubro de 2008 - João Batista Silveira
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